sábado, 26 de fevereiro de 2011

(N)O caminho do Acordo Ortográfico - Etapa II

Já houve outros acordos ortográficos no passado? Então, por que continua diferente a forma de escrever no Brasil?
   Sim, já houve acordos.    Portugal e Brasil sempre se procuraram entender em matéria de ortografia, sobretudo em publicações oficiais e no ensino. Essas tentativas ocorreram em 1915, 1931, e 1943.    No entanto, o dinamismo linguístico brasileiro e o afastamento geográfico entre os dois países foram enraizando no país irmão formas de escrever que se aproximavam do modo como lá se falava, o que tornava incumprível qualquer acordo que se fizesse com Portugal.    Por outro lado, houve algumas decisões unilaterais, tanto por parte de Portugal como por parte do Brasil, que acabaram por alimentar as diferenças ortográficas que hoje se atenuam com este acordo.    A forma diferente de escrever faz-se sentir sobretudo a nível sintático, embora também existam diferenças ao nível lexical e semântico, e resulta essencialmente do facto de o Brasil se reger por uma norma linguística diferente da portuguesa.    O que este acordo procura fazer é justamente procurar aproximações entre as duas normas através do uso de uma ortografia comum.
Independentemente dos acordos e desacordos entre Portugal e Brasil, a ortografia da nossa língua foi-se alterando ao longo dos séculos, sempre na tentativa de verter na escrita, o mais fielmente possível, o que se pronuncia na fala.
Ora observemos!
Mudanças Ortográficas da Língua Portuguesa
através dos tempos
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Daqui  

Elsa Duarte e Maria José Ivo - Professoras de Português do 10º Ano Elsa Duarte e Maria José Ivo - Professoras de Português do 10º A 

Nota: O presente texto está escrito de acordo com as novas regras ortográficas.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Prémios Nobel

Na sequência de outras actividades de divulgação, a BE tem uma exposição sobre os Prémios Nobel da Paz que foi  realizada pelos alunos do 9ºB na disciplina de  EMRC,  sob a orientação da professora Elsa Domingos.
A BE agradece a colaboração e convida toda a comunidade escolar a visitá-la.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Base de Dados On-line

O tratamento documental é um trabalho muito moroso e nem sempre com visibilidade a curto prazo.
Mas hoje estamos muito satisfeitas, porque finalmente é possível consultar On-line a nossa Base de Dados clicando em:

Este foi um trabalho de equipa, mas queremos deixar um reconhecimento especial à nossa Coordenadora Inter-Concelhia das BEs - Drª Isabel Marques e à nossa AO - D.Magda Almeida.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Concurso "Pares Românticos"


Dia Dos Namorados
Pares Românticos

De 14 a 21 de Fevereiro a BE desenvolve uma actividade relacionada com os Pares Românticos.
Lê os textos expostos nos placards e responde ao questionário.
É muito fácil e podes ganhar 1 livro!
Não deixes passar esta oportunidade

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Pares Românticos


E Tudo o Vento Levou…
É considerado um clássico da história do cinema. O filme abrange o período da Guerra Civil Americana, com toda a glória e tragédia da época, realçando a vida de uma mulher e de um homem, que pertencentes a mundos diferentes, as contingências da mesma acabam por colocar frente a frente. Entre eles vai crescendo uma relação de amor/ódio que não só arruinará as suas vidas, como também deixará marcas em todos aqueles que os rodeiam.
Scarlett O’ Hara, uma lindíssima mulher, rica e sedutora, provoca paixões em todos os homens da sua cidade. Ela é uma proprietária sulista, que vive protegida de tudo e por todos.
A sua grande paixão Ashley Wilkes acaba por casar com a sua melhor amiga, o que a deixa destroçada. Procura então compensar esse desgosto com um casamento feito à pressa, sem amor e numa altura particularmente difícil, quando começa a guerra, que opõe os estados do Norte (mais progressista e democratas) contra os estados do Sul (mais conservadores e esclavagistas).
Os estragos da guerra provocam o descambar do mundo em que Scarlett foi criada, e assiste impotente à morte dos seus e à degradação da sua querida propriedade  -Tara.
Neste ambiente irá conhecer Rhett Butler, cuja figura e fortuna, não a deixarão indiferente. Estabelece-se entre eles um clima de paixão/ódio que se manterá durante muito tempo.
Tendo muito em comum, têm também muito de diferente e é nesse ambiente, que a vida dos dois balança: ora em situações de extrema felicidade (como o nascimento do filho), ora em situações de enorme tensão (a partida de Rhett).
O ambiente, a beleza dos protagonistas, a música e tudo o mais fizeram deste par, um dos casos mais emblemáticos da história do cinema.

Pares Românticos

Popeye e Olívia
Popeye é uma figura da Banda Desenhada, criada por E.C.Segar em 1929 e adaptado para desenhos animados em 1933, pelos irmãos Dave e Max Fleischer.
É um marinheiro carismático que está sempre a proteger a sua eterna namorada, Olívia Palito, das garras do seu eterno inimigo Brutus.
A sua figura de marinheiro, com tatuagens de âncoras, uma em cada braço, com um cachimbo ao canto da boca, com um olho meio fechado aparenta uma idade indeterminada.
O seu ar meio rufia, meio ternurento completa a personagem, que tem sofrido alterações ao longo das décadas.
Sempre que precisa de ter mais força para enfrentar o seu rival Brutus, Popeye recorre aos espinafres em lata, que o revigoram e lhe permitem levar a melhor sobre o gigante brigão.

A figura de Olívia Palito também sofreu alterações. Aliás, ela “nasceu” em 1919 e nessa época tinha um namorado chamado Ham Gravy, que será depois substituído por Popeye.
A figura franzina de Olívia pode induzir-nos em erro, pois ele é capaz de grandes manifestações de carinho ou de fúria. Vive perseguida por Brutus, mas acaba sempre sendo salva pelo seu amor – Popeye.





Pares Românticos



Pocahontas e Jonh Rolfe
A história dos amores de Pocahontas e Jonh Rolfe ficou mais conhecida após a divulgação do filme, realizado pela Walt Disney.
No entanto, esta história que correu mundo, foi  criada a partir de dados concretos e bem reais.
Pocahontas era a expressão familiar por que era tratada uma jovem índia (1595/1617), filha de Wahunsunacock, chefe de uma grande tribo, que vivia nos territórios onde hoje se  situa o estado da Virgínia. Na época esta vasta região fazia parte das colónias inglesas da América do Norte, e a ela acorriam muitos colonos ingleses, para se fixarem e dedicarem à plantação de tabaco.
Tal foi o caso do inglês John Rolfe, que depois de ter enviuvado, resolveu continuar nessa região para manter a plantação e o comércio de tabaco, que constituía uma grande fonte de receitas.
John Rolfe conheceu Pocahontas e apaixonou-se por ela. Apesar de ele próprio, inicialmente achar um pouco estranho este seu amor por uma mulher em tudo tão diferente de si, o certo é que acabou por pedir licença ao governador para casar com ela.
O casal era realmente estranho, pois apesar da juventude e da beleza de Pocahontas, toda a sua forma de vida era oposta à do colono inglês. Ela representava aquilo que a tradicional sociedade colonial considerava “o mundo selvagem”, enquanto  que ele era um elemento da melhor sociedade inglesa. Seja como for, os dois viviam em paz e felizes, tendo tido um filho.
O casamento terá ajudado a estabelecer boas relações entre os índios e os colonos, razão pela qual este casal, acompanhado por mais 11 índios, se deslocou em 1616 a Inglaterra.
Ao chegarem as reacções que suscitavam eram variadas, mas no geral, a surpresa e alguma crítica eram as mais vulgares. Por tudo isto, o rei inicialmente recusou-se a receber Pocahontas, comprometendo seriamente a missão em que estavam empenhados.
A seu favor e valorizando o seu papel de boa alma, terá intercedido John Smith, outro comerciante inglês que convivera com este casal, aquando da sua vida na colónia inglesa.
Finalmente, o rei decidiu receber o casal, mas na corte a jovem mulher seria sempre vista como alguém muito “estranho”.
Quando mais tarde, procuravam regressar à colónia, Pocahontas adoeceu já a bordo do navio, que havia de os levar a casa, o que impediu a continuação da viagem.
O seu estado de saúde era fraco e ela acabaria por falecer em 23 /Março/1616, sem poder voltar à sua terra natal, onde era bem aceite e sem quaisquer reservas sociais ou morais.
Em sua memória John Rolfe mandou erguer na cidade de Gravesend, onde ela ficou sepultada, uma estátua de bronze em tamanho natural, que imortaliza os seus amores.

O caminho do Acordo Ortográfico - Etapa I

O que é isso do Acordo Ortográfico?



 Porquê um Acordo Ortográfico?

Qual a razão que nos levou a estabelecer um acordo de revisão ortográfica com o Brasil? Afinal, não falamos todos Português?
Não houve apenas uma razão, mas várias. Uma delas foi, sem dúvida, evitar que a língua se começasse a escrever de modo diferente nos diversos países de expressão portuguesa e outra, intrinsecamente ligada à anterior, prende-se com a intenção de criar um vasto espaço de língua portuguesa, relevante em termos económicos, que permita a circulação de publicações escritas numa ortografia comum. 
Para lá destas razões, há também outras de natureza cultural e de afirmação política que interessam a todos os envolvidos, visto que o acordo não é apenas celebrado com o Brasil, mas com todos os outros países de língua oficial portuguesa.

 Há quem diga que não era necessário acordo ortográfico nenhum: bastava que em Portugal se fizessem as alterações ortográficas sem envolver os outros países. 
Afinal, não há nenhum acordo ortográfico entre os países que falam Inglês e todos se entendem. Será assim?
Nada nos obrigava, de facto, a estabelecermos um acordo ortográfico com os PALOP e o Brasil. 
No entanto, na sua base está o argumento de que se o não fizéssemos deixaríamos campo aberto à influência brasileira sobre os restantes países de língua portuguesa, o que acabaria por se refletir na própria projeção internacional da língua – muito mais vista como a língua do Brasil que a de Portugal.
Por outro lado, este acordo retarda a fragmentação ortográfica que poderia rapidamente resultar em tantas línguas portuguesas quantos os países que a falassem reduzindo o Português que aqui falamos a uma espécie de dialeto – um pouco o que passa com a atual língua galega. 
Este acordo também convém ao Brasil, a quem não interessa, tanto em termos políticos como culturais, que a língua que fala se transforme em “brasileiro”, afastando-o da esfera de uma comunidade linguística espalhada por todos os continentes. 
No caso do Inglês é diferente. Em primeiro lugar, porque é impossível unificar uma ortografia em dezenas de países que a têm como língua oficial; e em segundo, porque a sua internacionalização funciona justamente como elemento unificador. Todos reconhecemos alguém que fale Inglês, mesmo que o faça com pronúncia do Zimbabué, da Papua Nova Guiné, do Canadá ou da Nova Zelândia. 

 Elsa Duarte e Maria José Ivo - Professoras de Português do 10º Ano

 Nota: O presente texto está escrito de acordo com as novas regras ortográficas.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pares célebres

Sansão e Dalila

Sansão, cujo nome significava "homem do sol", era um nazareno dotado de extraordinária força. Era um dos juízes bíblicos, cuja história está descrita no Livro dos Juízes (13-16) e no Novo Testamento (Hebreus 11,32).
Conta-se que Deus terá chamado Sansão para libertar o povo de Israel que vivia dominado pelo Filisteus. Estes, que tinham um medo enorme da força do nazareno, tentavam sem sucesso prender Sansão. Os governantes filisteus, sabendo da paixão de Sansão pela finisteia Dalila, aliciaram a jovem, com 1100 moedas de prata, a descobrir a origem da força invencível de Sansão. Dalila amava Sansão, mas este amor era inferior ao que sentia pelo seu povo. Com o seu grande poder de sedução, Dalila tentou não só desvendar de Sansão o segredo da sua força, como também arranjar uma forma para que ele fosse dominado pelos filisteus.
Primeiramente, Sansão disse-lhe que ficaria vulnerável como qualquer outro homem, se o amarrassem com sete fibras novas de arco que não tivessem sido secas. Dalila atou Sansão com as sete fibras, durante o sono mas, quando os filisteus chegaram para o levar, ele arrancou as fibras sem dificuldade. À segunda tentativa de Dalila, Sansão disse-lhe que seria, facilmente, dominado se fosse amarrado por cordas novas, mas também destas se libertou, sem custo, quando chegaram os filisteus. A terceira versão de Sansão foi tão falsa como as duas anteriores, pois quando Dalila teceu as sete madeixas do cabelo de Sansão com uma rede e as apertou com um gancho, durante o sono de Sansão, este voltou a libertar-se facilmente. Foi então que Dalila (não se sabe através de que artes) conseguiu saber o segredo da força de Sansão. Este disse-lhe que, se os seus cabelos fossem cortados, a sua força abandoná-lo-ia e ficaria fraco como uma criança. Sansão adormeceu no colo de Dalila e esta, suavemente, cortou-lhe os caracóis dos cabelos. Acordado pela chegada dos filisteus, Sansão acreditava ainda ter força, mas foi rapidamente dominado pelos soldados, que lhe perfuraram os olhos e o prenderam com algemas de bronze. 
Sansão foi exposto e humilhado, publicamente, no caminho do templo de Dagôn, onde foi amarrado aos dois pilares que sustentavam o enorme edifício. A população juntou-se aos milhares para ver a derrota de Sansão e este, num último esforço, pediu a Deus que lhe devolvesse a força, por instantes. Foi então que Sansão, heroicamente, fez ruir os pilares, causando a destruição do templo e, consequentemente, a morte dos filisteus, de Dalila e do próprio Sansão.

Pares Célebres

Pares Românticos


Penélope é outra dessas heroínas míticas, cuja beleza resulta mais do carácter e da conduta, do que da beleza física. Era filha de Icário, um príncipe espartano. Ulisses, Rei de Ítaca, apaixonou-se por ela, pediu-a em casamento e, entre todos os competidores, obteve a permissão do pai para a desposar.
Chegado o momento em que a jovem esposa deveria deixar a casa paterna, Icário, não tolerando a ideia de separar-se da filha, tentou persuadi-la a permanecer ao seu lado e não acompanhar o marido a Ítaca. Ulisses deixou a Penélope o critério da escolha e ela, em vez de responder, baixou o véu sobre o rosto. Icário não insistiu, mas, quando ela partiu, levantou uma estátua ao Pudor no lugar onde se haviam separado.
Ulisses e Penélope não haviam gozado a sua união por mais de um ano, quando tiveram de interrompê-la, em virtude dos acontecimentos que levaram Ulisses à Guerra de Tróia. Como esta guerra se prolongou por muitos anos, e não havia notícias sobre o seu desfecho, nem sobre o destino dos homens nela envolvidos, e perante a incerteza da sobrevivência de Ulisses e o seu improvável regresso, Penélope foi importunada por inúmeros pretendentes. Estes queriam que a rainha escolhesse de entre os nobres mais distintos, um que pudesse ocupar o lugar de Ulisses, dando a Ítaca um novo rei.
Apesar de todas as evasivas de Penélope, os pretendentes não desistiam e ela não conseguia livrar-se do cerco que eles lhe moviam, apesar disso, ia lançando mão de todos os artifícios para ganhar tempo, ainda esperançosa no regresso de Ulisses.
 Um desses artifícios foi o de alegar que estava empenhada em tecer uma tela para o dossel funerário de Laertes, pai de seu marido, comprometendo-se a escolher um dos pretendentes, quando a obra estivesse pronta. Durante o dia, trabalhava nela, mas, à noite, desfazia o trabalho feito. É a famosa tela de Penélope, que passou a ser uma expressão proverbial, para designar qualquer coisa que está sempre sendo feita, mas que não se acaba de fazer.
O resto da história está contado nas narrativas das aventuras de seu marido. Mas, para os mais distraídos, diga-se que Ulisses acabará por regressa à sua pátria, enfrentará os falsos pretendentes, que lhe queriam ocupar o trono e roubar a rainha, ficando com ela a governar em paz e prosperidade por muitos e longos anos.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Pares Românticos Célebres


Píramo e Tisbe

Píramo era um jovem assírio, de beleza encantadora apaixonado por Tisbe. Tisbe por sua vez era uma linda jovem grega, mas o amor de ambos foi proibido pelos pais, que levantaram um muro em volta de ambas as casas impedindo os jovens de se verem, excepto por um buraco pequeno por onde se falavam. Assim se passavam os dias, suplicantes para ambos. Até que um dia resolveram fugir, marcando um encontro no vale, onde se encontrava o túmulo de Nino, que era protegido por uma imensa amoreira. Aquele que chegasse primeiro esperaria o outro. Assim fizeram e Tisbe chegou primeiro. Logo após a chegada, ela ouviu o uivo de uma leoa, que vinha na sua direcção para beber água no rio. Havia acabado de comer uma presa e tinha sede. Tisbe escondeu-se subindo a uma árvore, mas ao correr deixou cair o manto que a agasalhava. A leoa saciou-se da sede e seguiu o caminho, mas ao passar pelo manto quis brincar com ele, arranhando-o e mordendo-o, despedaçando-o e sujando-o de sangue. Tempos depois, Píramo chegou ao local. Estava atrasado pois os cães seguiam-no e ele precisava de despistá-los. Chamou por Tisbe, observou em redor e acabou por avistar o seu manto todo rasgado e sujo de sangue. Apavorado, apanhou-o e reconheceu-o e, chorando, começou a lamentar-se. Gritou, e suplicou aos deuses.
Desesperado, sacou de um punhal atingindo o seu coração.
Alguns metros dali, Tisbe ouviu uma voz que parecia chamá-la e foi verificar quem era.
Chegou ao local e viu o corpo de Píramo caído. Chorando, pegou no punhal de Píramo e enterrou-o também no seu coração. Píramo abriu os olhos, sorriu vagamente e suspirou pela última vez. Logo depois os pais de ambos chegaram e desesperados viram os corpos dos seus filhos caídos e abraçados um ao outro. O ódio deu lugar aos prantos e choros. Enterraram-nos ali próximo e a amoreira, onde estavam, que antes era branca, sem vida e amarga, passou a ser vermelha e de uma doçura inigualável.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pares Românticos Célebres


História de D. Pedro e D. Inês de Castro
A fabulosa história de D. Inês de Castro e de D. Pedro  tem simultaneamente uma  base histórica e lendária,  persistência mítica que se tem mantido ao longo de todos estes séculos, mantendo a  sua ligação à Quinta das Lágrimas. D. Inês de Castro,  fidalga galega e descendente de família real por via bastarda, veio para Portugal na companhia de D.  Constança, noiva do Infante D.  Pedro, filho do Rei D. Afonso IV.
No entanto, foi por D. Inês que D. Pedro se apaixonou e rapidamente iniciaram uma relação sentimental. Quando D. Constança descobre o sucedido, tenta inviabilizar essa ligação, convidando  D. Inês de Castro para madrinha de um filho, o que naquela época a impedia de ter uma relação com o pai do seu afilhado.
Entretanto D. Constança morre (deixando apenas um filho, o futuro Rei D.  Fernando) e só depois de D. Pedro enviuvar em 1348 ou 1349, é que o herdeiro do trono e a dama galega iniciaram uma vida em comum, “fazendo maridança”, segundo a expressão de Fernão Lopes, na Crónica de D. Pedro. O casal  assume assim a  sua relação e vai viver para o Palácio anexo ao Convento de Santa Clara, situado junto ao Rio Mondego e à Quinta das Lágrimas, que fora construído pela Rainha D. Isabel, avó de D. Pedro, que viria a ser canonizada com o nome de Rainha Santa. Durante os anos que viveram em Coimbra, frequentaram os jardins e a mata contígua à Fonte dos Amores. D. Inês de Castro tinha irmãos, os poderosos Castro, fidalgos que começaram a conspirar para convencer D. Pedro a considerar-se com direitos ao trono de Castela e Leão, o que mais tarde permitiria a um futuro filho de Pedro e Inês governar o poderoso reino ibérico. D. Afonso IV  (preocupando-se com a independência portuguesa)  reagiu mal contra tais ideias e os seus conselheiros facilmente o persuadiram a afastar o Príncipe herdeiro de D.  Inês. Perante a recusa deste em aceitar esse afastamento, e aproveitando uma ausência do Príncipe, planeou-se um julgamento em Montemor-o-Velho, que condenava D. Inês de Castro à morte. Assim sendo, a futura rainha de Portugal morreu em 7 de Janeiro de 1355, degolada, conforme convinha a uma pessoa da sua condição.
D. Pedro reagiu com violência à execução da sua amada e mãe de três dos seus filhos e iniciou um período de guerra civil contra o Rei, seu pai, que só terminou devido à intervenção mediadora da Rainha de Portugal, sua mãe. Quando subiu ao trono pela morte de D. Afonso IV, em 1357, anunciou que tinha casado secretamente com D. Inês e que assim passava a ser Rainha de Portugal. Mandou então construir em Alcobaça túmulos para si e para ela, conduzindo os seus restos mortais do Convento de Santa Clara de Coimbra àquele Mosteiro, e exigindo que todas as classes (clero, nobreza e povo) lhe prestassem homenagem. Conseguiu ainda que o Rei de Castela lhe entregasse dois dos três fidalgos que tinham aconselhado D. Afonso IV a condenar à morte D. Inês,  e arrancou pessoalmente o coração a ambos, abrindo o peito a um e as costas ao outro ainda em vida, dizendo que homens que haviam matado uma mulher inocente, não podiam ter coração.